Silêncio, por favor!
Só esta semana - eu estando no "santo recesso do meu lar", sem vontade de ouvir os ruídos ordinários do mundo - recebi pelo menos três ligações, oferecendo produtos e serviços: - internet da Brasil Telecom; - uma maravilhoso prêmio das lojas Riachuelo, uma espécie de seguro em que eu tenho à disposição serviços de eletricista e encanador e em que concorro a miraculosos prêmios (sim, essas lojas de departamento agora vendem de torneiras a seguros contra incêndio); o meu lugar no céu ou a chance de me considerar uma pessoa generosa, mediante generosa doação ao Hospital do Câncer (Araújo Jorge).
Peloamordedeus! Eu necessito silêncio. Será que nem na casa da gente se pode ter sossego?! Quando o telefone toca, já sinto medo. Medo de ter que aturar a voz chata dessas operadoras de telemarketing oferecendo coisas ou das prestimosas voluntárias de hospitais e toda sorte de instituições filantrópicas apelando para minha maldita-consciência-pesada. O esforço para dispensá-las é um capítulo à parte. Quem tiver sugestões de formas eficientes de fazê-lo, favor encaminhar aqui para este blog. Em outra oportunidade, publico uma lista de alternativas que recebi uma vez pela internet.
Mas o fato é que acho um tremendo desrespeito essa invasão da vida da gente pelos serviços de telemarketing. Já não basta a gente ser bombardeada na rua por todo tipo de publicidade: fachadas berrantes de lojas, carros de som, cartazes, out-doors, bus-door..., a gente não pode nem ficar sossegada em casa sem que nos ofereçam nada pra comprar? A poluição visual e sonora já é tremenda. Pôxa vida! Eu não quero comprar mais nada e principalmente eu não quero desejar mais nada! Chega de aguçar nosso desejo, nosso apetite, nossa ambição com anúncios, ofertas, proposta irresistíveis e irrecusáveis.
Estou saturada de tanta publicidade. De tempos em tempos, dou um grito, esperneio, como agora. No ano passado ou retrasado, não sei ao certo, eu e o escritor Itamar Pires chegamos a começar uma série de narrativas sobre os Ossilescos, uma gangue dedicada à despoluição da cidade. À noite, montados em opalões pretos, eles saiam despoluindo a cidade, recolhendo cartazes e faixas, pintando out-doors com tinta preta e pregando sobre eles, como uma assinatura, o desenho de uma enfermeirinha com o dedo sobre a boca, pedindo silêncio, feito aquela figura que se vê ainda em alguns hospitais. Acho que vou reinventar esses personagens.
Será pelo menos uma vingança no plano da ficção.
Peloamordedeus! Eu necessito silêncio. Será que nem na casa da gente se pode ter sossego?! Quando o telefone toca, já sinto medo. Medo de ter que aturar a voz chata dessas operadoras de telemarketing oferecendo coisas ou das prestimosas voluntárias de hospitais e toda sorte de instituições filantrópicas apelando para minha maldita-consciência-pesada. O esforço para dispensá-las é um capítulo à parte. Quem tiver sugestões de formas eficientes de fazê-lo, favor encaminhar aqui para este blog. Em outra oportunidade, publico uma lista de alternativas que recebi uma vez pela internet.
Mas o fato é que acho um tremendo desrespeito essa invasão da vida da gente pelos serviços de telemarketing. Já não basta a gente ser bombardeada na rua por todo tipo de publicidade: fachadas berrantes de lojas, carros de som, cartazes, out-doors, bus-door..., a gente não pode nem ficar sossegada em casa sem que nos ofereçam nada pra comprar? A poluição visual e sonora já é tremenda. Pôxa vida! Eu não quero comprar mais nada e principalmente eu não quero desejar mais nada! Chega de aguçar nosso desejo, nosso apetite, nossa ambição com anúncios, ofertas, proposta irresistíveis e irrecusáveis.
Estou saturada de tanta publicidade. De tempos em tempos, dou um grito, esperneio, como agora. No ano passado ou retrasado, não sei ao certo, eu e o escritor Itamar Pires chegamos a começar uma série de narrativas sobre os Ossilescos, uma gangue dedicada à despoluição da cidade. À noite, montados em opalões pretos, eles saiam despoluindo a cidade, recolhendo cartazes e faixas, pintando out-doors com tinta preta e pregando sobre eles, como uma assinatura, o desenho de uma enfermeirinha com o dedo sobre a boca, pedindo silêncio, feito aquela figura que se vê ainda em alguns hospitais. Acho que vou reinventar esses personagens.
Será pelo menos uma vingança no plano da ficção.
Por Cássia Fernandes
5 Comments:
Bom, em minha casa a solução foi desligar o telefone da parede. Afinal só o tenho porque é obrigatório para poder ter internet. Nem o número dele sei. Quem me liga faz para o celular (ia escrever telemóvel) e quando quero ligar ou faço pelo celular ou uso skype ou voipbuster.com...
Abraço,
.anjo
Mas aí é que está, Anjo. Nós acabamos restringindo nossa liberdade por causa dessa invasão. E isso não é justo. Quero ter o direito de ter um telefone em minha casa para receber ligações de meus pais que moram em outra cidade ou de amigos íntimos. Além disso, no Brasil, as ligações para celular são ainda proporcionalmente muito caras.
li todos! Vcs estão paradoxalmente sérios e hilários! Beijos Cássia, Paulo e Rimene.
Marley
Temos que ser cômicos pra não ser trágicos. :) Para fechar a semana, hoje a GVT também ligou aqui pra minha casa, se oferecendo. Pontequepartiu!!!!
Pura verdade. Tocou o telefone, lá vem propostas maravilhosas. Quando estou sem o que fazer, enrolo até não poder mais. No final, digo que não quero. Uma diversão/vingança.
Quando não estou a fim de papo, agradeço e desligo. Começou a falar, "obrigado, mas não quero. Tchau" - e desligo na cara.
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